A visão contemporânea das organizações com relação ao
meio ambiente insere-se no processo de mudanças que vem ocorrendo na sociedade
nas últimas décadas e que faz a empresa ser vista como uma instituição
sociopolítica com claras responsabilidades sociais que excedem a produção de bens
e serviços. Esta responsabilidade social implica em um sentido de obrigação
para com a sociedade de diversas formas, entre as quais, a proteção ambiental.
A preocupação que a sociedade vem demonstrando com a
qualidade do ambiente e com a utilização sustentável dos recursos naturais
tem-se refletido na elaboração de leis ambientais cada vez mais restritivas à
emissão de poluentes, à disposição de resíduos sólidos e líquidos, à emissão de
ruídos e à exploração de recursos naturais.
Acrescente-se a tais exigências, a existência de um
mercado em crescente processo de conscientização ecológica, no qual mecanismos
como selos verdes e Normas, como a Série ISO 14000, passam a constituir
atributos desejáveis, não somente para a aceitação e compra de produtos e
serviços, como também para a construção de uma imagem ambientalmente positiva
junto à sociedade.
As empresas então tiveram a ideia de estabelecer formas
de gestão com objetivos explícitos de controle da poluição e de redução das
taxas de efluentes, controlando e/ou minimizando os impactos ambientais, como
também otimizando o uso de recursos naturais – controle de uso da água,
energia, outros insumos, etc.
Uma das formas de
gerenciamento ambiental de maior adoção pelas empresas tem sido a implementação
de um sistema de gestão ambiental, segundo as normas internacionais Série ISO 14000,
visando a obtenção de uma certificação.
São dois os sistemas de gestão ambiental utilizados pelas
empresas no Brasil: a NBR Série ISO 14001, e o Programa de Ação Responsável.
Os elementos-chave, ou os princípios definidores de um
Sistema de Gestão Ambiental baseados na NBR Série ISO 14001, através dos quais
podem ser verificados os avanços de uma empresa em termos de sua relação com o
meio ambiente, são: Política ambiental; Planejamento; Implementação e operação;
Verificação e ação corretiva; Análise crítica.
Entre as principais características ou benefícios
operacionais da implementação de um Sistema de Gestão Ambiental para as
empresas, pode-se destacar a redução da utilização da matéria prima e demais
recursos produtivos, a redução da geração de resíduos e de custos utilizados
para a disposição dos mesmos, além do aumento da utilização de recursos
renováveis ou recicláveis.
A preocupação ambiental tornou-se um fator de
competitividade, facilitando a expansão de novos mercados. As empresas que
souberam explorar bem este aspecto conseguiram cativar novos clientes, que
possuem consciência ambiental, e que preferem pagar um preço mais elevado por
mercadorias ambientalmente corretas.
Porém, após quase uma década de existência e de aplicação
da ISO 14000, ainda persistem dúvidas e questionamentos a respeito da real
eficácia dos Sistemas de Gestão Ambiental e seus benefícios práticos. Levando-nos
a perguntar: Existirá um modelo ideal de Sistema de Gestão Ambiental onde não
ocorram falhas? Ou ainda, se existirem falhas como se pode minimizá-las? E as
empresas estão preocupadas realmente com o meio ambiente, ou só estão
preocupadas com a sua propaganda ecológica perante os consumidores?
Referências:
Embrapa Meio
Ambiente. Publicações. Disponível em:< http://www.cnpma.embrapa.br/download/documentos_39.pdf >. Acesso em: 05
nov. 2012.
Elisa Araujo Camelo
Parabéns pela sua postagem! Você apresentou a questão de uma forma bastante coerente e interessante. Nas próximas, cuide com a forma como você faz a referência dos documentos consultados. O título do documento que você utilizou é "Sistema de Gestão Ambiental: aspectos teóricos e análises de um conjunto de empresas da região de Campinas, SP". Isso precisa aparecer na tua referência.
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