19 de nov. de 2012

Preservação além dos códigos.


Várias são as formas para se proteger um bem ambiental tão importante para todos os seres vivos, como a água, um exemplo é a legislação ambiental. Apesar de muitas vezes só aparecer no papel e não ser tão eficaz quanto de fato deveria, ou ainda, na maioria das vezes  ser influenciada por interesses de grandes corporações.

Nem tudo é perfeito, como resposta a séculos de abuso, o primeiro código florestal de 1934 já veio tarde. O desrespeito generalizado ao resguardo das madeiras e matos ao redor de ribeiros e fontes comprometeu águas por toda parte. E para azar dos rios, o despejo crescente de esgotos e todo tipo de contaminantes somou-se à centenária erosão das terras desnudas. 

Fonte: Google Imagens.
E atualmente tem-se discutido muito a alteração de um novo Código Florestal, com pontos bastante controversos no que deveria ser um cuidado com o meio ambiente e a vida na terra.
Os pontos mais questionados do Código Florestal pela bancada ruralista são as áreas de preservação permanente – APP (margens dos rios, nascentes e lagos, topos de morro e encostas íngremes, destinados à conservação dos recursos hídricos e à preservação de ecossistemas frágeis) e as reservas legais – RL (parte de cada imóvel rural destinado à proteção da biodiversidade, da fauna e da flora, cujo percentual varia de acordo com cada bioma). Na prática, o desejo dos ruralistas é acabarem com as exigências legais que protegem o meio ambiente, os pequenos agricultores e os povos e comunidades tradicionais, para aumentar as áreas destinadas à pecuária extensiva e á produção de commodities para o mercado internacional.

Fonte: Google Imagens.
A biodiversidade sofrerá cada vez mais devido a esse falso desenvolvimento. A alteração do Código Florestal não poupará nem mesmo as áreas que são vitais para a sobrevivência do ser humano. Não precisa ser especialista para saber que, eliminando uma área mínima de mata ciliar, será condenado o fluxo de água dos rios que abastecem nossos reservatórios de águas. Ao eliminarmos áreas de proteção das encostas, problemas como deslizamentos de terra irão se multiplicar, com o agravante de que essa brecha irá incentivar a invasão urbana em áreas de risco. Além disso, toda a Área de Preservação Permanente será reduzida, resultando em um desmatamento sem medida, provocando os aceleramentos da extinção de espécies de fauna e flora entre outros.

Dessa forma, o argumento que vendeu a alteração do Código Florestal, começa a ser criticado por diversos setores, inclusive de alguns segmentos da agricultura. Está mais do que evidente que essa autoritária decisão política é prejudicial para a sociedade como um todo.

A Natureza não pode ser vista como um entrave, algo ruim, todos os seus elementos são imprescindíveis para a manutenção da vida em todas as suas formas. Em algum momento terá de se decidir: ou se diminui os lucros ou se põe em risco  a vida. Certo é, que as atitudes atuais que conspiram contra a preservação ambiental podem inviabilizar o futuro de nosso país e do próprio planeta.


Referências:

NATIVA SOCIOAMBIENTAL. Gestão de recursos hídricos e o código florestal - Marino Gonçalves. Disponível em:< http://www.slideshare.net/nativasocioambiental/gesto-de-recursos-hdricos-e-o-cdigo-florestal-marino-gonalves>. Acesso em: 19 nov. 2012.

CLIPPING. Código Florestal: águas ameaçadas. Disponível em:<https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/8/24/codigo-florestal-aguas-ameacadas>. Acesso em: 19 nov. 2012.          

ASSOCIAÇÃO MATA CILIAR. Alteração do Código Florestal: "Desenvolvimento" à custa de sombra e água fresca. Disponível em:<http://www.mataciliar.org.br/mata/index.php?option=com_content&view=article&id=72:alteracao-do-codigo-florestal-qdesenvolvimentoq-a-custa-de-sombra-e-agua-fresca&catid=23:noticias&Itemid=21>. Acesso em: 19 nov. 2012.  


Postado por: Elisa Araujo Camelo.        

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