No Brasil,
dentro da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), através do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), na resolução Nº 001/86, foram criados os
instrumentos de gestão que definem as atividades onde é necessária a
solicitação de licenciamento para atividades que modificarão o meio ambiente,
uma elaboração com Estudo de Impactos Ambientais (EIA) e seu respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). O EIA são estudos realizados por
especialistas de diversas áreas do conhecimento, com ênfase em dados técnicos
detalhados, seus resultados são restritos, em sistema privados de suas
informações. O RIMA é responsável por refletir as conclusões do EIA, ele faz
entender as vantagens e desvantagens do projeto em estudo, qualquer pessoa pode
ter acesso as informações.
O papel do EIA-RIMA, é fazer análises que
mostram os verdadeiros impactos negativos e/ou positivos do projeto.
Nesta postagem, destacarei o estudo de caso da
Usina de Belo Monte, sendo esta construção um assunto bem polêmico, que já tem duração
de mais de 20 anos no país. Este projeto é da região norte do Brasil, no estado
do Pará, no município de Altamira, sendo a Usina no Rio Xingu. A Hidrelétrica
de Belo Monte hoje é considerada uma grande obra do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) do Governo Federal
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, sendo considerada
segundo dados de Engenharia Elétrica, a maior hidrelétrica 100% brasileira,
sendo uma obra muito grande. Esse assunto vem sendo debatido intensamente desde
que foi apresentado o EIA e o MMA concedeu a licença ambiental prévia para a
construção, e em junho de 2011 o IBAMA anunciou a deliberação definitiva.
Não são novidades para ninguém, os graves problemas e impactos
culturais, sociais e ambientais gerados com a construção dessa hidrelétrica. Na
região do Rio Xingu há várias tribos indígenas, que serão diretamente afetadas,
tendo que se mudar para outro local, pois a área será alagada, seus trechos de
navegação ficarão inacessíveis, por causo da represa. Algumas quedas d’água
serão inundadas, para construção de um grande lago, sendo um meio de morte para
várias espécies de flora e de peixes, sendo que este é o local de sua
reprodução, podendo gerar a extinção, além de ser alimento diário dos indígenas
e povos ribeirinhos; influenciando negativamente na fauna que vive e se alimenta
dos frutos das árvores da região, que com a construção muitos quilômetros da
floresta Amazônica serão desmatados. As pinturas e os ossos de dinossauros
ficarão para sempre embaixo das águas, sendo uma grande perda para o patrimônio
histórico.
Isso nos mostra o grande impacto ambiental em curto período
de tempo que será gerado com a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte,
com toda a questão social e cultural envolvida. Além de todos esses impactos
serem para uma baixa eficiência, pois a usina não poderá funcionar com a mesma
intensidade o ano todo, no período de estiagem, que na região é de seis a
oito meses, ela deverá gerar pouca energia em MW, significativamente menos do
que mostra os 11.233 MW do projeto inicial. É mentira que esta usina vai suprir
as necessidades de energia para o país, até mesmo porque tem o período de secas.
É importante deixar esta pergunta: Será que
a energia elétrica produzida com a construção dessa usina é necessária para os povos
daquela região, ou beneficiará as regiões mais consumidoras do nosso país?
Concluindo que a construção desta usina não é viável tanto do
ponto de vista social quanto ambiental. Além de ser um crime contra ecossistemas,
populações ribeirinhas e indígenas que habitam o rio Xingu. Temos que cuidar
com os dados que são fornecidos, pois muitos são realizados por interesses para
a obra, que nos mostram resultados absurdos, que assim, garantem o
licenciamento e instalações e não fazem a análise correta dos impactos que vão
ocorrer. É necessário que haja instituições ou órgão do governo que sejam
responsáveis pelo EIA-RIMA, divulgando a verdadeira realidade e situação, não
por interesses de alguns, para assim, podermos evitar consequências catastróficas para nós e futuras gerações.
- Vale à pena assistir o vídeo abaixo, que foi feito por
atores que tentam alertar e conscientizar a população nos impactos que a
construção da Usina de Belo Monte vai gerar no nosso país, sendo feito com
intuito de reunir assinaturas para parar a obra:
Ø Hidrelétrica de Belo Monte: Impactos Ambientais:
http://www.youtube.com/watch?v=Cp5V18xbLv0
REFERÊNCIAS:
CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
(CONAMA). Resoluções. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html/>.
Acesso em: 28 jan. de 2013.
GUIA DA CARREIRA. Atualidades. Usina de Belo Monte: Energia ou Impacto Ambiental? Disponível em: <http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/atualidades/usina-hidreletrica-belo-monte/>.
Acesso em: 28 jan.2013.
SOCIO AMBIENTAL. Especial Belo Monte. A polêmica da Usina de Belo Monte. Disponível em: <http://www.socioambiental.org/esp/bm/index.asp>.
Acesso em: 28 jan. 2013.
Helena Maria Beling
Tua postagem está bem interessante, mas desvia um pouquinho do tema, porque fica mais focada na construção da barragem em si do que propriamente no instrumento do EIA-RIMA.
ResponderExcluirOutra pequena correção é a seguinte: você diz que "É necessário que haja instituições ou órgão do governo que sejam responsáveis pelo EIA-RIMA", só que a legislação determina que a responsabilidade pela elaboração do estudo é o empreendedor. O poder público tem a tarefa de analisar o estudo e dar a autorização ou não!
Olá! Estou produzindo um documentário sobre o Agosto Indigena em São Paulo e me interessei bastante pela sua foto "Pare Belo Monte" presente nesta postagem. Sendo assim gostaria de saber se você estaria me disponibilizando o uso dela... Os créditos serão dados ao detentor de seus direitos. Muito Obrigado!
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