13 de jan. de 2013

Crise do momento: energética

         Historicamente o processo de apropriação e ocupação humana sobre a superfície terrestre, na maioria dos casos, não ocorreu de forma adequada. No decorrer do tempo, o homem usufruiu dos recursos naturais, modificando e reordenando seus aspectos, alterando seu equilíbrio e os fluxos de matéria e energia a partir das novas situações criadas, advindas do estabelecimento de suas atividades socioeconômicas. 
       No entanto, creio que o problema principal não seja usufruir os recursos naturais, afinal faz parte da vida humana porém, o modo como o homem tem realizado isso durante anos, mais intensamente nos últimos séculos, isto é, se apropriando dos recursos naturais sem nenhuma gestão adequada, tirando proveito ao máximo sem se importar com as consequências é o grande problema. 
        Diante disso, podemos relacionar as “informações”, as quais devem ser refletidas e questionadas, que os meios de comunicação nos passam de tempo em tempo, sobre as crises e ameaças ao nosso planeta. Entre estas podemos citar crise climática, da água, alimentar e mais recente é crise energética, principalmente aqui no Brasil. Essas notícias são importantes e devem ser tratadas, porém, muitas vezes, o modo como elas são tratadas entretêm as pessoas e tornam-se assunto durante semanas, como se esse fosse um dos únicos problemas que enfrentamos. 
          O governo diz que não é importante identificar os responsáveis pela crise, e que o que precisamos é de soluções. Mas quais são essas soluções? Mais privatizações dos nossos recursos? É para isto o governo lança intensas campanhas publicitárias para pôr a culpa na falta de chuva e no alto consumo de energia praticado pelo povo brasileiro? 
          Creio que é preciso melhores e maiores esclarecimentos sobre origens desta “crise energética”. Afinal se as pessoas não tiverem acesso a essas informações básicas e fundamentais não serão capazes de questionar sobre tal situação ficando muito mais fácil impor o que o governo tem em mente. 
          Para finalizar achei interessante trazer o gráfico ao lado, o qual nos proporciona compararmos as porcentagens de matrizes energéticas brasileiras com as do mundo. Através deste gráfico observamos que as energias renováveis no Brasil apresentam 44,7% do total de energia consumida e diferente da maioria dos outros países a eletricidade é gerada aqui no Brasil é de fonte hídrica. Isso é explicado em virtude das características de localização e físicas, o Brasil é dotado de vastos e diversos recursos naturais, entre esses se destaca a densa hidrográfica, tais condições permitem o aproveitamento hidroelétrico renovável e a exploração de parques geradores de grande potencial de energia. Outro aspecto que podemos destacar é a diversificação e opções de energias alternativas que tem surgido como respostas na busca produzir “energias mais limpas”, ou seja, em tese essas energias alternativas buscam minimizar a poluição e os impactos ambientais. Entre essas podemos citar: energia solar, eólica, biomassa, hidrogênio, geotérmica, maremotriz, piezoelétrica. 

Sugestão de vídeo: O apagão não poderia nem deveria ter acontecido.



Referências Bibliográficas 


Centro de Referencia virtual do Professor - Energia no Brasil. Disponível em: < http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv/index.aspx?ID_OBJETO=122354&tipo=ob&cp=003366&cb=&n1=&n2=M%EF%BF%BDdulos%20Did%EF%BF%BDticos&n3=Tem%EF%BF%BDticas%20Especiais%20-%20Educa%EF%BF%BD%EF%BF%BDo%20Ambiental&n4=&b=s>. Acesso: 13 jan. 2013. 

Portal RIO + 20 – Constituindo a cúpula dos povos rio +20. Os bens comuns modelo de gestão dos recursos naturais. Disponível em: <http://rio20.net/pt-br/documentos/os-bens-comuns-modelo-de-gestao-dos-recursos-naturais>. Acesso: 13 jan.2013. 

GOLDEMBERG, José.; LUCON, Oswaldo. Energia e meio ambiente no Brasil. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142007000100003&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso: 13 jan. 2013. 

TOLMASQUIM, Mauricio T.; GUERREIRO, Amilcar.; GORINI, Ricardo. Matriz energética brasileira: uma prospectiva. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010133002007000300003&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso: 13 jan. 2013. 


Postado por: Patrícia Ziani

Um comentário:

  1. Postagem interessante, mas é preciso ter cuidado com uma questão: quando você diz que pouco mais de 44% da energia utilizada no Brasil é de fontes renováveis, isso pode trazer uma falsa interpretação de que estamos mais próximos de uma condição sustentável que o restante do mundo. Só que este conceito do que é e o que não é renovável, tem sido muito discutido nos últimos anos. Veja bem que todas as espécies animais que se extinguem, os lugares que são alagados e as culturas que são desorganizadas a partir da construção das hidroelétricas, não se renovam jamais. Então, não podemos pensar que o conceito de renovabilidade deve estar ligado exclusivamente à água que toca as turbinas, mas sim a todo o conjunto da obra que cria as condições para que a água toque uma turbina, e neste caso podemos questionar se a energia hidroelétrica é efetivamente renovável. Mesmo que pensemos apenas na água, poderíamos visualizar com muita clareza o paradoxo em que se encontra o colapso energético atual do Brasil: usamos de forma abundante o nosso potencial hidroelétrico, considerando-o como renovável, e geramos uma enorme quantidade de energia que acabou sustentando uma imensa quantidade de atividades (urbanização, irrigação, produção de mercadorias)que, por sua vez, demandam não apenas uma grande quantidade de energia como também de água, o que acaba reduzindo a água disponível para o uso hidroelétrico, que julgávamos que era renovável. Portanto, não estamos sem água nos reservatórios hoje, porque faltam a chuvas. Estamos sem água porque consumimos muito e consumimos mal!

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