22 de out. de 2012

RIO+20 E ATÉ QUANTO?



A conferência contou com a participação de chefes de estados de cento e noventa nações que propuseram mudanças, sobretudo, no modo como estão sendo usados os recursos naturais do planeta. Além de questões ambientais, foram discutidos aspectos relacionados a questões sociais como a falta de moradia e outros. Do ponto de vista de conscientização da sociedade brasileira para os problemas que o atual sistema de produção e consumo gera, a conferência foi um sucesso. A quantidade de eventos paralelos e até mesmo a participação popular teve um efeito positivo na adoção de políticas ambientais corretas no País. Do ponto de vista de resultados concretos, como foi a Rio-92, contudo, a conferência deixou a desejar.
Após a conferência do Rio em 1992, foram necessários cinco anos para a adoção do Protocolo de Kyoto, que fixou metas para a redução das emissões de gases responsáveis pelo aquecimento da Terra e um calendário para cumpri-las. Esse protocolo só entrou em vigor em 2005 e, mesmo assim, os Estados Unidos se mantiveram fora dele. Um protocolo para a implementação da Convenção da Biodiversidade foi aprovado em Nagoya em 2009.
O que é frustrante no processo de negociação das Nações Unidas - que busca o consenso das 194 nações participantes - é que qualquer resultado só pode ser conseguido com a adoção de um denominador comum mínimo aceitável por todos, e este é, em geral, o menos exigente de todos no que se refere a reduções e metas.
Para vermos uma evolução quanto aos impactos ambientais precisamos é de uma mudança cultural. A mesma mudança de cultura que vai mostrar ao cidadão que é preciso respeitar a faixa de pedestre, respeitar filas, respeitar o próximo, que jogar um papel na rua faz sim a diferença porque se 7 bilhões de pessoas tiverem o mesmo pensamento que você, de que “o meu papelzinho não fará diferença”, e tiverem essa atitude todos ao mesmo tempo, estaríamos mergulhados em um verdadeiro lixão alimentado por nós.
Não vamos apenas nos reunir em um evento bonito e clamar ao microfone por mudança se ao chegar em casa não somos capazes de reciclar o “nosso” lixo porque não temos coragem de aceitar que quem produz o lixo somos nós. Não adianta falar em sustentabilidade quando nem sabemos conceituar a palavra, ou usar as mídias sociais para provar ao mundo que nos preocupamos com os animais em extinção, se tudo o que queremos é comer nossa comida industrializada, na nossa mesa de madeira maciça – a qual nos orgulhou em mostrar aos convidados. E acredite: somos todos muito jovens diante dos problemas que a natureza ainda vai apresentar para a humanidade, mas até quanto vai a RIO para que a ficha realmente caia de que todos deveram fazer a sua parte.
Habilidades são a chave para o desenvolvimento sustentável em tempos de mudança global. Construir essas habilidades deve começar o mais cedo possível nas escolas.
POSTADO POR:  Jonas Gomes Machado, acadêmico de Geografia
Referências:
http://salaaberta.com/2012/06/20/opiniao-rio-20-e-mais-quantos-anos/
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,a-rio20-e-a-crise-global-,891141,0.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário