A Rio+20 foi uma Conferência da ONU, realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, com a participação de mais de 190 países. O objetivo do encontro era discutir e adotar um plano que viesse a administrar os recursos naturais do planeta, de modo que gerações futuras não fossem prejudicadas com o esgotamento dos mesmos. Além disso, discutiu-se questões sociais como a falta de moradia e a fome no planeta. Para isso, foi criado um documento intitulado "O futuro que queremos". Tal documento foi adotado pelos chefes de Estado e de Governo, e nele contém alguns compromissos como o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a criação de um Fórum Político de Alto Nível Internacional e o desenvolvimento sustentável com erradicação da pobreza, entre outros aspectos. O documento pode ser obtido pelo site da ONU no link: http://www.uncsd2012.org/thefuturewewant.html. Cabe a ressalva de que, mesmo a Rio+20 tendo sido realizada no Brasil, a ONU não disponibiliza o documento na língua portuguesa.
Do ponto de vista da conscientização, ou pseudo-conscientização, o movimento poderia ser visto de forma positiva. Digo pseudo, pois até no que se refere à teoria da conscientização, o movimento é ilusório. Pode-se haver um consenso de se poluir menos, mas incluídos em um sistema econômico cada vez mais globalizado, ter uma consciência ambiental preocupada com a poluição é uma forma de retroceder aos interesses, inclusive econômicos, de muitos dos que fazem este sistema ser tão dominante. De nada adianta reunir-se para discutir o futuro do planeta, se tais propostas que são pensadas se estendem para um futuro, e que na prática estendem para o nunca. Não há possibilidade de salvar o planeta, se estamos presos a um modelo econômico que sobrevive dos recursos do mesmo, que sobrevive do fim.
Consumir virou uma obrigação, e essa obrigação tem se dado em ritmo frenético, tal qual a degradação da natureza. É preciso se engajar em medidas que conscientizam a sociedade a não viver de excedentes. É necessário antes de computar dados econômicos e comemorar crescimento econômico, pensar em um mundo sem desigualdade, sem fome, em procurar medidas que forcem uma interação "saudável" entre sociedade e natureza, afinal, dependemos dela, nós humanos, e não na totalidade, o capitalismo. Por enquanto, tudo no papel, nos milhões de papéis, nas milhões de teorias e prazos de longas distâncias.
Estamos surdos, mudos? Estamos nos enganando, sendo enganados? O futuro do planeta, em tais condições, terá seu fim. Capitalismo e planeta morrerão na praia, no sentido figurado, é claro, pois possivelmente nem as praias sobreviverão.
Postado por: Vinícius Rodrigues de Oliveira
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