O uso dos agrotóxicos no Brasil e no mundo começou a ser intensificado a partir das décadas de 60 e 70, com a chamada revolução verde. A revolução verde foi um processo de mudança da política agrícola no país implementado a partir da segunda guerra mundial. Esse nome é derivado de grandes evoluções tecnológicas que favoreceram a mecanização e modernização de todo o processo produtivo agrícola, além dos implementos, foi implantado no campo uma série de técnicas de cultivo. Utilização de insumos como defensivos, fertilizantes entre outros, sem contar o surgimento de plantas modificadas geneticamente imune de pragas e adaptadas aos mais distintos climas do mundo.
Com o avanço da transgenia e dos agrotóxicos, os trabalhadores rurais se viam expulsos de seus territórios para ir engrossar as zonas de pobreza das grandes cidades, e muitos se endividaram devido a empréstimos bancários solicitados para a mecanização das atividades agrícolas, tendo como única forma de pagamento da dívida a venda da propriedade para outros produtores.
Os que permaneciam no campo se viam permanentemente agredidos pelos riscos que se envolviam por ter de lidar com esses tóxicos ou ser literalmente fumigados em suas moradias pelas fumigações aéreas massivas que abrangem milhões de hectares.
A revolução surgiu com a justificativa de intensificar a oferta de alimentos e ser a única maneira eficiente de resolver o problema da fome mundial. Porém, calcula-se que no mundo contemporâneo cerca de 2 bilhões de pessoas enfrentam diariamente o desprovimento total ou parcial de alimentos, o último corresponde àquelas pessoas que não ingerem a quantidade mínima de calorias diárias de 2.500 (calorias).
Esse problema é conseqüência do “desvio” da produção, ou seja, os alimentos produzidos em países subdesenvolvidos não atendem, em muitos casos, o mercado interno e sim o mercado externo, direcionando para países desenvolvidos. A produção dos alimentos nos países em desenvolvimento é destinada, principalmente, a países ricos industrializados, como Estados Unidos, Japão e Países da União Europeia. Isso acontece porque o modelo de agricultura brasileiro não está voltado para a produção de alimentos, e sim para o agronegócio. Outro fator determinante é a produção de grãos usados para alimentar animais.
Atualmente, o Brasil é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Quase toda a tecnologia que surgiu na revolução verde, desde as máquinas aos agrotóxicos, foi proveniente de adaptações de pesquisas e equipamentos utilizados na guerra.
A produção e a comercialização dos agrovenenos no Brasil e no mundo se concentra na mão de seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de 80% do mercado de venenos. São elas: Monsanto, Syngenta, Bayer, Dupont, Dow e Basf.
As culturas que mais utilizam agrotóxicos no país são justamente aquelas produzidas no modelo do agronegócio, cultivadas em grandes áreas de monocultivo e voltadas para a exportação, como é o caso da soja, que é responsável por 51% do volume total de agrotóxicos comercializados no país.
Além de controlar a fabricação dos agrotóxicos, essas empresas também controlam a produção e comercialização de sementes, gerando um ciclo vicioso de consumo. Desse modo, o agricultor que passa a utilizar essas sementes transgênicas e venenos, será sempre dependente dessas empresas.
Mas podemos manter a agricultura sem a utilização de agrotóxicos, e o segredo é: desmantelar o poder que as corporações adquiriram para recuperar o controle dos povos sobre a agricultura e a alimentação. Difícil sim impossível não. Além de termos a chance de consumir alimentos mais saudáveis, termos vidas mais saudáveis, e um planeta mais saudável.
Aqui vocês podem conferir um pouco mais, vale a pena:
O mundo Segundo a Monsanto
O mundo Segundo a Monsanto
http://www.youtube.com/watch?v=gkQN5gopWSU
O veneno está na mesa + Agrotóxico uma cultura de morte
O veneno está na mesa + Agrotóxico uma cultura de morte
Referências:
MUNDO EDUCAÇÃO. Revolução verde e a fome. Disponível em:<http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/revolucao-verde-fome.htm>. Acesso em: 27 out. 2012.
MPA CONTRA AGROTÓXICOS. Agrotóxicos no Brasil. Disponível em:<http://mpacontraagrotoxicos.wordpress.com/agrotoxicos-no-brasil/>. Acesso em: 27 out. 2012.
Elisa Araujo Camelo
Parabéns, Elisa. Sua postagem está bem feita, informativa e com posicionamento muito claro sobre o assunto!
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