21 de fev. de 2013

A Rio + 20 e suas contradições



A Rio + 20 e suas contradições
O Brasil sediou, em 2012, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, vinte anos depois da histórica Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992. Ouve ampla expectativa, nacional e internacional, de que a Rio+20 constituísse oportunidade de geração de recursos para uma saída da crise internacional, levando em conta a complexidade de seus aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Fonte: http://terralivreacores.blogspot.com.br/
No site Brasil escola uma reportagem sobre o tema inicia da seguinte maneira: “a Rio + 20 é um evento onde governantes e membros da sociedade civil se reunirão para discutir como podemos transformar o planeta em um lugar melhor para viver”. E o Ministério do Meio Ambiente diz que a Rio+20 foi uma oportunidade de identificação de soluções de longo prazo para os desafios do momento, e que o equilíbrio entre os três pilares do desenvolvimento sustentável (social, ambiental e econômico) foi fortalecido na Conferência com resultados concretos.
Fonte: http://www.acasadapedra.com.br
Porém, segundo o Grupo de Articulação Nacional e Internacional da Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental, as questões que envolvem a Rio + 20 não são tão simples nem tão bonitas assim. Segundo eles, os povos do mundo não veem resultados positivos no processo de negociação que está ocorrendo na conferência oficial. Ali não se está discutindo um balanço do cumprimento dos acordos alcançados na Rio 92, ou como mudar as causas da crise; declaram que o foco da discussão é um pacote de propostas enganosamente chamado de “economia verde” e a instauração de um novo sistema de governo ambiental internacional que o facilite, que a verdadeira causa estrutural das múltiplas crises é o capitalismo, com suas formas clássicas e renovadas de dominação, que concentra a riqueza e produz desigualdades sociais, desemprego, violência contra o povo e a criminalização de quem os denuncia, bem como o sistema de produção e o consumo atual – representados por grandes corporações, mercados financeiros e os governos que garantem sua manutenção – que produzem e aprofundam o aquecimento global e a crise climática, a fome e a desnutrição, a perda de florestas e da diversidade biológica e sócio-cultural, a contaminação química, a escassez de água potável, a desertificação crescente dos solos, a acidificação dos mares, a grilagem de terras e a mercantilização de todos os aspectos da vida nas cidades e no campo.
Frente a tamanhas contradições, cabe a nós nos questionarmos: Será que a população e suas diversas organização, foram realmente consultadas sobre como deve ser esse “mundo sustentável”? Será que essa economia proposta é realmente sustentável?
Fonte: http://envolverde.com.br
Afinal,
pintar-se de verde
parece tão
mais fácil,
rápido
e lucrativo
do que
promover a transformação de uma sociedade
profundamente doente.

 Texto publicado por: Camila Traesel Schreiner

Referências:
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Documento de contribuição brasileira à conferência Rio+20. Disponível em: Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/182/_arquivos/rio20_propostabr_182.pdf> Acesso em: 17/fev/2013.

LOUREDO, P. Rio+20. BRASIL ESCOLA. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/rio-20.htm> Acesso em: 16/fev/2013.

GRUPO DE ARTICULAÇÃO INTERNACIONALIZADO DA CÚPULA DOS POVOS POR JUSTIÇA SOCIAL E AMBIENTAL. O que está em jogo na Rio+20. Cúpula dos povos. Disponível em: < http://cupuladospovos.org.br/2012/05/o-que-esta-em-jogo-na-rio20/> Acesso em: 19/fev/2013.

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