21 de fev. de 2013

A agricultura moderna e a revolução verde



A agricultura moderna e a revolução verde
Para Carson (1962), a história da vida na Terra tem sido uma história de interação entre os seres vivos e seu ambiente e que apenas no período representado por um século presente, o ser humano (e apenas esta espécie) adquiriu poder significativo para alterar a natureza do seu mundo.
Foi, portanto, durante o último século, que se passou a realizar mudanças na natureza de maneira mais intensa. Após a 2ª Guerra Mundial, passa a ocorrer a chamada Revolução Verde, época em que as grandes indústrias de armamento buscaram alternativas para manter os grandes lucros obtidos no período de conflito.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br
A bióloga Raquel Carson, já nos alertou em seu conhecido livro “Primavera silenciosa” (que foi proibido de circulação na época) dizendo que de 1940 a 1962, mais de duzentos produtos químicos básicos foram tinham sido criados para serem usados na matança de insetos, ervas daninhas, roedores e outros organismos descritos no linguajar moderno como “pestes”, e eles são vendidos sob milhares de nomes diferentes. A mesma autora nos questiona: Será que alguém acredita que é possível lançar tal bombardeio de venenos na superfície da terra sem torná-la imprópria para toda vida?
Fonte: http://www.agroecologia.pro.br
No Brasil essa questão não é diferente, os agrotóxicos e maquinários da agricultura moderna produzidos desde o início da revolução verde foram introduzidos no Brasil de maneira muito fácil. Se observarmos um pouco da história do Brasil, podemos perceber que quase tudo que produzimos vem de modelos importados, trazidos e copiados por “descobridores” ou colonizadores deste país. Isto, somado à muitos outros fatores e interesses, resultou em uma agricultura moderna altamente poluente, socialmente excludente e inviável do ponto de vista energético. Temos assim uma agricultura insustentável. Segundo Lima et al. (2006), a agricultura convencional tem uma filosofia de vida que pode ser sintetizada em duas perspectivas; a primeira que a técnica resolve tudo e produz em qualquer circunstância; a segunda é que se produz para o mercado. Nunca na nossa história se pensou num desenvolvimento a partir de produtos regionais, nativos ou mais adaptados ao nosso clima de acordo com cada região e de acordo com as demanda da sociedade. Temos uma flora nativa altamente biodiversa e nutritiva que é ignorada por nosso sistema de produção, que sempre determinou seu extermínio para implantação de outros sistemas de cultivos. Como resultado, temos uma erosão da diversidade na nossa alimentação e uma sociedade cada vez mais doente. Somente a integração com as condições naturais, considerando as questões sociais, permitirá algum dia uma produção estável, ecologicamente sadia, economicamente rentável e permanente.
Fonte: http://www.upf.br/nexjor/?p=13641
Em busca à alternativas nesse modo de produção e buscando maneiras de produzir alimentos mais ecológicas e sustentáveis, os produtores de assentamentos de Nova Santa Rita e Eldorado do Sul, na região metropolitana do Rio grande do Sul, hoje produzem apenas alimentos orgânicos que são vendidos em feiras de Porto Alegre. Segue link que trata dessa questão: http://www.youtube.com/watch?v=iieB_jhhaC0.

Publicado por: Camila Traesel Schreiner


Referências:

CARSON, R. Primavera Silenciosa. Editora Gaia Ltda. SP, 2010.

LIMA, J. R. T.; et al. Extensão Rural, desafios de novos tempos: agroecologia e sustentabilidade. Edições Bagaço. Recife, 2006.

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