17 de dez. de 2012

O GRAU DE CIDADANIA EM QUE VIVEMOS




Não há como falar de cidadania sem mencionar cultura, este conceito é muito amplo e se difere nas variadas manifestações de sociedade, muitos autores já tomaram o conceito de cultura, tentando compreender como que essa surge e se materializa no espaço. Vamos adotar cultura num conceito mais simples, a cultura a meu ver se estuda em várias áreas de conhecimento, se constrói na comunicação com os seres sendo dois ou mais indivíduos, se perpetua e se consolida. A ação do homem na natureza é adjacente à cultura, uma vez que a cultura independente de ser inútil ou útil transformada em ação produz e materializa o espaço que nós enxergamos tanto no espaço urbano como rural.

A cidadania assim como a cultura, vai além de conceitos é um exercício que se pratica diariamente. Ela tem uma origem bastante antiga, e não esta ligada diretamente a política de urnas, a ideia de cidadania nos remete a cidade, um núcleo urbano, portanto, por analogia um cidadão é aquele que habita a cidade. Mas cidadania também nos remete a outras questões, como por exemplo, os direitos e deveres de um cidadão, Gregorio Peces-Barba um democrático espanhol coloca como os três elementos da cidadania, sendo estes, o direito e dever civil, político e social, esses três deveriam andar de mãos dadas para o cumprimento de uma cidadania.

Chegamos a um momento onde, as cidades se encontram em perfeito caos onde direitos e deveres, parecem não fazer parte da cidadania, assim como a cultura e a natureza. É difícil falar em natureza dentro de grandes centros urbanos, já que pouco há de natural nas cidades. Aliar sociedade, meio ambiente e cidadania significa aliar o dever de haverem políticas públicas de gestão ambiental voltada para as necessidades da cidade, o dever dos cidadãos em se comprometerem com as políticas públicas e o direito destes a usufruírem de uma melhor qualidade de vida.
É uma tarefa difícil e delicada tratar questões socioambientais na cidade, primeiramente porque a maior parte das cidades já teve seu começo de forma não planejada, e o pior de tudo é que ainda estão sendo erguidas de forma não planejada apesar de toda a tecnologia e informação propensas para um começo de planejamento urbano mais sustentável no sentido correto da palavra. As questões ambientais nas cidades devem ser vistas por uma abordagem sistêmica, nunca como fatos isolados, o meio ambiente é sistêmico, portanto, não pode ser visto de forma isolada tanto consigo mesmo, e concomitante com o ser humano.

Projeto de exposição,
do Grupo de Escoteiros Tupanciguara,
visando a importância do Arroio para Santa Maria
Em Santa Maria, por exemplo, os problemas socioambientais são dos mais diversos possíveis não diferente de outras cidades, nós temos problemas de saneamento básico, de esgoto a céu aberto, de arroios poluídos pelos esgotos clandestinos um problema bastante natural o que não deveria ser, como o exemplo do Cadena (foto ao lado), problemas residuais das residências, como o exemplo de uma não política de separação eficiente de resíduos e por consequência o problema do lixão da Caturrita, outra questão é o planejamento urbano é caótico, tanto da especulação imobiliária na cidade como a falta de planejamento nas construções e também as moradias irregulares com lugares de risco ambiental, a questão das vias e do trânsito é outro grande problema, a questão de abastecimento de água potável  vinda do Vacacaí Mirim, e energia elétrica, atualmente não se sabe o porquê de tantos “apagões” elétricos na cidade, será um problema de capacidade de geração de energia? Portanto, como podemos observar nem sempre a resposta a tudo, tem de se buscar as respostas, tendo em vista que tratar de questões socioambientais e ligá-las a questões como a cidadania é um tanto quanto complicada, o ser cidadão que se busca ainda esta longe de se afirmar proativo na sociedade atual, a cultura de uma sociedade infere no caráter e ações que tais cidadãos irão exercer na vigência de seus direitos.




Referências

GORCZEVSKI, Clovis. A necessária revisão do conceito de cidadania. In: UNISC. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2011. Disponível em: < http://www.unisc.br/portal/upload/com_editora_livro/e_book.pdf> Acesso em: 17 dez. 2012.

In: WIKIPEDIA. Disponível em: <http://es.wikipedia.org/wiki/Gregorio_Peces-Barba>. Acesso em: 17 dez. 2012.

Cidadania e meio ambiente. In: RECICLANDO o planeta. Disponível em: <http://reciclandooplaneta.webnode.com.br/cidadania-e-meio-ambiente/>. Acesso em: 17 dez. 2012.

CANEDO, Daniele. “cultura é o quê?” reflexões sobre o conceito de cultura
e a atuação dos poderes públicos. In: UFBA. V ENECULT, 2009. Disponível em: <http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19353.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2012.

CRUZ. C. S. Os conceitos de cultura. In: AEFLUP. Disponível em: <http://www.aeflup.com/ficheiros/ICI_LA013-CarlaCruz080722017.pdf>. Acesso em: 17 dez. 2012.

COELHO, A. Foto do laboratório de fotografia e memória. In: AGÊNCIA central sul de notícias. Disponível em: <http://centralsul.org/site_antigo/index.php?option=com_content&view=article&ii=2116:exposio-arroio-lixeira-mostra-situao-do-cadena&catid=29:meio-ambiente&Itemid=54>. Acesso em: 17 dez. 2012.


TV OVO. Arroio Cadena - Série Meio Ambiente. In: YOUTUBE. Disponível em: <

http://www.youtube.com/watch?v=Yaw0axY4kGo>. Acesso em: 17 dez. 2012.


Adriele da Rosa Krüger

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