15 de dez. de 2012

Degradação socioambiental: muitos agentes, mas poucas soluções.


A cidade, representação do espaço urbano é ao mesmo tempo fragmentada e articulada em um conjunto de diferentes usos da terra, que reflete na sociedade, além de envolver o poder, a política e a luta de classes. O constante e dinâmico processo de (re) organização espacial densifica o território provocando o uso intenso, e muitas vezes desordenado do solo, a apropriação da natureza e seus elementos em uma perspectiva recursionista em vias da produção material, o que muitas vezes acaba levando à exaustão e degradação ambiental.

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A ação da sociedade sobre a natureza modifica-a, incorporando um caráter social através da apropriação dos elementos, de forma indiscriminada, intensa, e em grande escala. O desenvolvimento das técnicas e dos modos de produção, além da expansão urbana, e consequente crescimento das cidades, provocou grande desequilíbrio nos ecossistemas e ambientes urbanos; derramamento de substâncias tóxicas, deposição de resíduos líquidos, sólidos e esgotos sem o devido tratamento, resultaram na contaminação de mananciais, rios, lagos, mares, cursos d’àgua, dentre outros.

Refere-se à degradação socioambiental, o uso desordenado do solo, parques, florestas e todos os recursos naturais existentes no espaço urbano das grandes metrópoles, como também nas médias e grandes cidades, sem esquecer a poluição sonora e do ar. Somada as baixas condições de habitação, devido à ocupação desordenada do solo e conseqüente favelização de áreas periféricas, e da paisagem natural das cidades, concomitante a inexistência e ineficiência das políticas públicas que não atingem a todos, relegando-os ao domínio do capital. Temos um modelo de governo que foi construído tendo como referência o domínio do território e não o bem-estar de sua população.

O surgimento das cidades está ligado diretamente à expansão urbana, aos movimentos migratórios, dentre outros processos modificadores do espaço urbano como a industrialização urbana vivida a partir do século XIX. Com forte apelo das técnicas, tecnologias e engenharias, que impuseram uma transformação ambiental, por conta da (re) organização do espaço geográfico.

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Os espaços urbanos têm especificidades físico-naturais e socioculturais diferenciados, entretanto, apresentam semelhantes processos de degradação socioambiental. Bacias hidrográficas, rios, cursos d’àgua, lagos e lagoas são degradados, e transformados em verdadeiros esgotos a céu aberto; devido unicamente ao lançamento, despejo e deposição de resíduos líquidos, sólidos, dentre outros. As florestas e parques urbanos também são vitimados pela ação humana, extinção de matas, e grandes paisagens naturais têm como consequência a lixiviação do solo e o transporte de sedimentos para áreas de vale, causados pela ação do intemperismo em função da retirada da cobertura vegetal dos morros e encostas. Esta ação causa a retenção de águas pluviais nas áreas e avenidas de vale, assoreando rios e lagos provocando inundações.

As sociedades e os problemas ambientais no âmbito do espaço urbano criam diversos questionamentos: o que é o ambiente urbano degradado, e como avaliar um evento natural de um provocado antropicamente? É possível estabelecer uma relação ou forma de apropriação do espaço urbano e seu meio natural sem degradação? Estas perguntas vislumbram uma perspectiva efetiva e alentadora através da aplicação de uma legislação, fiscalização e regulamentação mais rígida, seguida e cumprida a partir da concepção e elaboração de projetos para novos empreendimentos. Promoção de ações educativas, como educação ambiental em escolas, comunidades dentre outros setores da sociedade civil a fim de minimizar os problemas existentes evitando agravamentos. 

O processo de degradação socioambiental do espaço urbano, não decorre em função de um simples desequilíbrio nas relações da sociedade com os componentes ambientais. E sim, originalmente de um complexo de problemas sociais, econômicos e políticos, cuja questão centra no desenvolvimento das cidades, explosão e expansão demográfica. As relações estabelecidas com os recursos naturais estão atreladas também, as necessidades de sobrevivência. Este fato vai se refletir de varias formas, e é desta forma que a degradação socioambiental surge como elemento componente do binômio sociedade-natureza.

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A ocupação irregular e desordenada do espaço das cidades desenvolve-se de maneira espontânea em função da necessidade de moradia, formando uma estrutura urbana na direção de encostas, rios, lagos, dentre outros locais periféricos e muitas vezes sem condição do estabelecimento normal da vida humana. Este processo gerou ao longo dos tempos, grandes distorções no meio ambiente urbano devido à ausência de infra-estrutura, como também políticas públicas que não contemplavam essas questões.

Desta forma, o processo de degradação ambiental na produção do espaço urbano não é, pois, resultante da ação especifica e única de um agente; são, sobretudo resultados de um conjunto de vetores que convergem materializando-se no cotidiano das cidades. Definindo tal processo como a luta de forças contrárias e interesses diversos de todos os atores sociais que, juntos (re) desenham a configuração territorial de cada espaço. Essas contradições e conflitos de interesses emergem a todo instante e se materializam na paisagem, tornando visível não só a degradação do meio ambiente, mas também da vida humana.


BRASIL ESCOLA. Geografia, meu artigo. Espaço urbano: a cidade e a questão ambiental. Disponível em:< http://meuartigo.brasilescola.com/geografia/espaco-urbano-cidade-questao-ambiental.htm>. Acesso em: 14 dez. 2012.

JURISWAY. Artigo. A cidadania e a ecologia como consciência ambiental e o futuro do planeta. Disponível em:< http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=3430>. Acesso em: 14 dez. 2012.

JUS. Artigos Jurídicos. Cidade e cidadania no Brasil: uma análise historiográfica da participação popular construída num ambiente urbano. Disponível em:< http://jus.com.br/revista/texto/21028/cidade-e-cidadania-no-brasil-uma-analise-historiografica-da-participacao-popular-construida-num-ambiente-urbano>. Acesso em: 14 dez. 2012.


 Elisa Araujo Camelo

2 comentários:

  1. É, as vezes eu mim sinto um verdadeiro idiota, falando em assuntos sobre Degradação Socioambiental, claro que nunca irei desistir das teses que acredito. Poucos falam sobre esses assuntos, em breve, muito em breve, muitos vai querer salvar o ultimo peixe, despoluir as últimas gotas D`água e se comunicar com os últimos Seres vivos do Planeta Terra... Espero que antes que tudo isso venha se tornar realidade ou melhor, venha acontecer, os seres humanos venham usar celebro!

    Israel Gabriel
    Sobrevivente do rio Capibaribe, o rio que mata fome!

    Recife – PE

    Brasil

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