8 de set. de 2015

O Decrescimento que Significaria Evolução

Giovana Bolzon Silveira

O atual sistema no qual estamos inseridos supervaloriza a sociedade do consumo desenfreado, competitivo e violento. Este tal capitalismo, sistema contraditório e desigual, não dissemina apenas impasses a curto prazo, mas com sua exploração constante dos recursos do planeta e das pessoas, que ingenuamente se tornam reféns e muitas vezes,  apoiam esta forma de vida que lhes é imposta, faz com que este, infelizmente, se torne cada vez mais poderoso. Seguindo esta lógica, acabam por acreditar e aceitar o que lhes é imposto, mesmo que isto traga consigo efeitos negativos para a maior parte dos indivíduos do planeta. Absorvem a lógica do padrão de consumo desenfreado, produção desigual e exploração, gerando, consequentemente, desigualdades cada vez mais acentuadas.
Avanços técnicos, mudanças na economia e na sociedade são de suma importância para o desenvolvimento e transformação do planeta. Mas fica no ar a seguinte pergunta: Para quem são essas mudanças? Ou então: Quem pode (ou deve) ter acesso a elas? De nada valem mudanças e evoluções técnicas significativas, se estas não são um bem comum, para todos. O mesmo vale quando são utilizados de maneira errada ou equivocada. A verdadeira “evolução” em sua plenitude, apenas poderia receber tal nome quando o mundo for devidamente respeitado, assim como as pessoas que aqui estão. Um sistema no qual a sociedade sinta-se autônoma e não refém de um modo de vida pré-determinado, um mundo no qual homens e mulheres vivam em igualdade, construindo um sistema que não pregue preconceitos e conservadorismo.
Por esse “decrescimento” eu trocaria qualquer capitalismo e seu “mundo cor de rosa”. Um decrescimento que valorize ideais de luta, pessoas, sentimentos, e não apenas lucro, “meritocracia” ou qualquer outro discurso fascista, preconceituoso, exploratório e regressivo. A verdade é que vivemos em um sistema altamente destrutivo, sob uma aparência construtiva. Um lobo em pele de cordeiro. Destroem nossas matas, nossos mananciais, nossas vidas, roubam, enganam, exploram e depois surgem como heróis, que vieram para salvar-nos da situação em que eles mesmos tramaram. Se isso é crescimento, se isso é desenvolvimento, lutemos por um mundo que decresça cada vez mais a estes “valores” sórdidos e desumanos. Não somos coisas, mas assim somos tratados, como meros objetos que geram lucro, lucro para um patrão que nem se quer conhecemos, no qual somos privados a reinvidicar, a lutar, a vencer.

Destruir um, dois, três planetas, parece pouco para um sistema no qual nos torna cada vez mais objetos, sujeitos, mas não sujeitos da nossa própria história, mas sim, sujeitos a serem eternamente explorados, extraviados. 

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