10 de set. de 2015

(De)crescimento econômico socialmente sustentável? Sustentabilidade e autonomia do Planeta.  


Nos últimos anos, frequentemente no Brasil, surgiu um debate que se expandiu rapidamente, em paralelo ao desconforto com o capitalismo e seus impasses. Trata-se da ideia de “decrescimento”. Alguns artigos trazem “algumas teorias” deste assunto do decrescimento, onde, elas acabam reduzindo-se a um ambientalismo, ao sugerirem, diante de países em crise, a continuação das políticas de “rigidez”, que geram mais desemprego e desindustrialização.
Este assunto é algo de enorme abrangência na atualidade, onde, o movimento pelo decrescimento tem sido alvo de críticas recorrentes e repetitivas. De modo geral, acusam-no de tratar o crescimento econômico apenas em termos quantitativos, sem considerar suas variantes qualitativas. E é por isso que se afirma que seus defensores são malthusianos, porque propõem que a população e o consumo global sejam estabilizados, se não reduzidos.
 Há, no decrescimento, uma defesa explícita pelo aumento das atividades econômicas que fortalecem a saúde humana e a diminuição das que intoxicam a sociedade. Defende as atividades que causam impactos menos acentuados e a diminuição das que degradam o ambiente de modo acelerado em geral o planeta. Defendendo ainda o aumento das que fortalecem a autonomia das pessoas, estreitando seus laços com a produção primaria e distribuição da renda, a diminuição das que alienam e fragilizam as relações sociais e geram exclusão.
Mas os decrescentistas reconhecem que mesmo para as atividades econômicas qualitativamente diferenciadas os limites biofísicos do planeta persistem. Certamente a humanidade terá uma maior margem de manobra, sendo que quanto antes mudarmos nossas atitudes frente ao ambiente ecológico que vivemos certamente teremos alguns anos mais e nossos descendentes terão ainda o planeta biológico para poderem “apreciar”. Mas mesmo assim os limites ao crescimento econômico continuarão existindo.
Por outro lado, a crítica cada vez mais frequente deste assunto desta mudança do progresso, por exemplo, é o aumento de bens de consumo como o automóvel assim eliminando dióxido de carbono na atmosfera, as grandes obras viárias, a multiplicação de projetos de geração de energia, o consumo de eletricidade.  Por outro, a ênfase na redistribuição de riqueza e na necessidade de assegurar condições de vida dignas à ampla maioria da população o que exige, por exemplo, muito mais infraestrutura, portanto, mais obras de transporte público, saneamento básico, urbanização das periferias e por ai vai.
A partir disto, a qualidade do crescimento econômico é relevante, mas secundário. O ponto principal é o paradigma do crescimento ilimitado. O decrescimento coloca em questão o modelo de sociedade, e as teorias de desenvolvimento que o sustentam, que tem o crescimento como condição fundamental para a “harmonia” socioeconômica ou, em outras palavras, a ausência de crise onde a população por mais que não perceba esta sendo enganada com uma proposta não muito convincente, onde o capitalismo por ser o “peso maior governa o mundo”.
Para o decrescimento, uma sociedade organizada sob o paradigma do crescimento ilimitado está fadada ao fracasso, pois é impossível crescer indefinidamente seja qual for à qualidade desse crescimento.
Ate então, tudo bem com nossas condições de vida, claro, mas e o planeta até quando ira aguentar, ate que ponto podemos pensar que a produção e produção de bens de consumo são necessárias para uma população que esta sendo mal acostumada e sendo levada a um colapso. Já que estamos em um período de crescimento tanto populacional quanto de produção, onde, se produz mais e cada vez mais se consome, sendo estes oriundos da retirada dos bens primários de produção dos recursos naturais, do planeta.

Seriam então, os decrescentistas os vilões da civilização, por não reconhecerem que as tecnologias libertaram a população humana dos limites biofísicos da natureza, do planeta e nos apresentou o progresso. Sendo que hoje este progresso esta nos levando a uma estagnação da natureza dos recursos naturais em pouquíssimos anos futuros, é este futuro que queremos para nossos futuros descendentes.


Por Alice Poche Gabriel

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